Depois de três anos de um duro ajuste na economia brasileira, Affonso Celso Pastore está otimista com o futuro. "Ainda não saímos da recessão, mas estamos chegando ao seu fim", afirmou o economista à Folha, prevendo que a economia voltará a crescer no segundo semestre.

 Um dos analistas mais respeitados do país, Pastore diz que a recuperação será lenta, mas ressalta que 2017 começou muito melhor que 2016, com a inflação sobre controle, corte de juros e risco-país em queda. 


Ex-presidente do Banco Central, ele afirma que ainda há incertezas , mas não vê muitos riscos para a recuperação, mesmo com a crise política. " Não existe risco sistêmico."

A Folha perguntou a Affonso Celso Pastore se já existe sinais de que a economia brasileira começou a se recuperar, e Pastore afirmou que sim. E que é só compararmos a situação atual com a do início de 2016. Há um ano, a cotação do CDS Brasil (papéis cujo preço expressa o risco de calote da dívida, na avaliação dos investidores) estava em 600 pontos e o dólar bateu em R$ 4,10. 

A situação fiscal era muito complicada, e a inflação chegou quase a 11%. As perspectivas para a atividade também eram muito ruins. A economia já tinha caído em 2015, e as estimativas do PIB (Produto Interno Bruto) para 2016 flutuavam entre -3% e -4%.

A Folha perguntou também se as perspectivas para este ano serão melhores, Pastore disse que o CDS está perto de 350 pontos. O câmbio saiu de R$ 4,10 para 3,20. A valorização do real ajudou a reduzir a inflação, que terminou 2016 abaixo do topo da meta do governo(6,5%) e está convergindo rapidamente para 4,5%. As estimativas para o crescimento varial de 0,5% a 1%, o que é baixo, mas não que vê ninguém estimando -3%.

O BC acelerou o corte dos juros depois de um grande esforço para trazer as expectativas de inflação para baixo. Quando comparo as duas fotografias, é possível tirar apenas uma conclusão: 2017 começa muito melhor que 2016, afirma Pastore.  

Acompanhe mais detalhes da entrevista na Folha de São Paulo